A eleição é o mecanismo de aquisição do poder político nas democracias contemporâneas, por meio do qual se dá a participação popular no sistema representativo, permitindo que o povo exerça efetivo controle sobre seus candidatos e partidos, punindo-os ou premiando-os com a outorga ou retirada do poder político por meio do voto que é na realidade, o maior instrumento de exercício da cidadania. No entanto, a falta de representatividade é a chave para entender o descontentamento generalizado num cenário político doméstico.
Numa época em que a sociedade está desacreditada da classe política, por razões que oscilam entre escândalos de corrupção e falta de comprometimento com os interesses do cidadão, as urnas dão o recado de que a democracia representativa está enfraquecida, na medida em que o cidadão não se vê refletido e espelhado nos governantes eleitos e/ou nos candidatos que lhe são submetidos à escolha.
Portanto, quando o povo não se sente representado pelos políticos que estão no poder acontece uma crise de representatividade assentada na ideia de que a classe política representa apenas seus próprios interesses em detrimento da sociedade. É nesse cenário que o cidadão, tomado por um sentimento de frustração emr relação à representação política, é levado a escolher entre dois caminhos: acreditar que o jogo democrático dispensa sua participação, optando por abste-se na escolha de seus representantes; ou participar do processo eleitoral, fazendo-o por meio de“voto-protesto”,isto é, votar nulo ou em branco e,dessa forma,entrar para a estatística de votos inválidos.
Entretanto, geralmente, o voto- protesto e abstenção não tem efeito aplausível porque apenas serve para manter o status quo dos que já estão no poder. Portanto, só há um método de protesto válido: votar consciente, visto que o voto é a arma do regime democrático disponível para transformar a injustiça em uma sociedade justa e excluir do processo eleitoral os políticos corruptos.
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